Fachada da Lavebras Gestão de Têxteis, empresa do Grupo Elis, em Paço do Lumiar.

Empresa de lavanderia hospitalar pode estar operando no MA sem licença ambiental

Lavebras, do Grupo Elis, não teve a autorização renovada pela Sema. Empresa tem histórico de irregularidades no Maranhão e Piauí

A Lavebras Gestão de Têxteis, integrante do Grupo Elis, uma multinacional sa, pode estar operando no Maranhão mesmo após a Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente) ter não concedido renovação de licença ambiental à empresa.

O indeferimento teria sido motivado pela constatação de supostas irregularidades no funcionamento da empresa, incluindo possível uso de documentos falsificados no processo de licenciamento. A decisão da Sema foi publicado no Diário Oficial em dezembro de 2024.

Pela legislação, a medida tomada pela pasta inviabilizaria não apenas as atividades da Lavebras no estado, mas também todas as demais autorizações istrativas da empresa, como alvarás sanitários e de funcionamento. Apesar disso, publicação recente em uma rede social do Grupo Elis aponta que a lavanderia hospitalar estaria com a unidade em Paço do Lumiar, município maranhense localizado na Região Metropolitana da Grande São Luís, em pleno funcionamento.

O desrespeito às legislações ambientais e sanitárias configura crime ambiental.

A situação pode se agravar ainda mais caso a Lavebras tenha celebrado um novo contrato para prestação de serviços à Maternidade Marly Sarney, pertencente à rede pública estadual maranhense, após a não renovação da licença ambiental.

O histórico de irregularidades da lavanderia do Grupo Elis não é recente.

Em 2019, uma unidade da Lavebras em Teresina (PI) foi interditada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. A interdição ocorreu devido à operação com licença vencida, poluição sonora e manejo inadequado de resíduos hospitalares.

No Maranhão, a Lavebras também enfrenta uma ação civil pública, movida pela 4ª Promotoria de Justiça da Comarca de Paço do Lumiar. A ação, iniciada em 2018, aponta que a empresa causou poluição ambiental e impactos à saúde das comunidades vizinhas à sua operação. Entre as irregularidades encontradas pelo Ministério Público estão a localização inadequada da unidade, omissões sobre seu porte e práticas prejudiciais ao meio ambiente. Atualmente, o caso está em grau de recurso no Tribunal de Justiça do Maranhão.

A Emserh (Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares) também já aplicou sanções contra a Lavebras. Em 2023, após identificar problemas similares, a Emserh suspendeu a participação da empresa em licitações por dois anos e rescindiu contratos, à época, vigentes. Apesar desse histórico, as atividades da Lavebras seguem atendendo unidades hospitalares públicas e privadas no estado.

O Atual7 tentou contato com a Lavebras para questionar os pontos mostrados na reportagem, mas o e-mail informado pela empresa à Receita Federal no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) retorna como inexistente. Já o número de telefone informado no CNPJ não completa a ligação, e os divulgados na fachada da sede da empresa, em Paço do Lumiar, apenas chama, sem que ninguém atenda a ligação.

Um recado foi deixado na caixa-postal. A reportagem será atualizada, caso a lavanderia retorne o contato.


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